foto Prefeitura de Salitre
O município de Salitre, na região do Cariri Oeste, vive um momento de reorganização após anos de dificuldades administrativas. A gestão do prefeito Rondilson Ribeiro, que assumiu em 1º de janeiro de 2025, encontrou um cenário descrito como “caótico” pelo secretário de Administração, Finanças e Governo, Manoel (Maninho), em entrevista ao Blog do Amaury Alencar.
Segundo o secretário, logo no início da administração, foi constatado que as contas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Fundeb e demais recursos estavam zeradas. Além disso, havia uma dívida de aproximadamente R$ 19 milhões junto ao INSS.
“Nós pegamos um município muito precário. Todas as contas estavam zeradas e havia débitos pesados. Não falo por birra política, falo com propriedade. A transição foi praticamente inexistente, e só no dia 1º de janeiro tivemos acesso real à situação”, disse Maninho.
Dívidas quitadas e pagamentos em dia
Uma das primeiras medidas foi negociar com a Receita Federal para reativar a certidão negativa, o que ocorreu em menos de 90 dias. Também foi necessário quitar a folha de dezembro de 2024, deixada sem pagamento e sem recursos.
“Parcelamos em quatro vezes, pagamos o que não era da nossa gestão e hoje todos os servidores recebem no dia 30, sem atraso. Isso inclui efetivos e contratados”, destacou.
Convênios retomados e obras em execução
Com a situação fiscal regularizada, a gestão buscou destravar convênios que estavam paralisados:
Mais de 7 mil m² de calçamento entregues;
Licitação para concluir a escola de 8 salas do bairro Alto Alegre;
Construção de uma escola de 13 salas no Sítio Baixinho do Morro com licitação prevista para setembro;
Entrega de ambulância e unidade móvel odontológica;
Conquista de dois ônibus escolares;
Inclusão de 20 casas do programa Minha Casa Minha Vida Urbana.
Essas ações foram viabilizadas por meio de parcerias políticas com o Governo do Estado e o deputado federal José Guimarães.
Planejamento financeiro para enfrentar queda de repasses
O secretário ressaltou que a administração adota rigor no controle das despesas, prevenindo crises no segundo semestre, quando há redução nos repasses federais.
“Se puder gastar R$ 10, gastamos R$ 9 e guardamos R$ 1. Sempre deixamos reserva. É a experiência de 16 anos de gestão que nos permite agir com responsabilidade”, frisou.
Agricultura sofre com queda na produção de mandioca
A economia de Salitre, baseada na produção de mandioca, enfrenta dificuldades devido à estiagem e a pragas na lavoura.
“No ano passado, vendíamos a tonelada a R$ 1.200. Hoje, não passa de R$ 400. A produtividade também caiu drasticamente, o que impacta as casas de farinha e força muitos produtores a destinar a produção para ração animal”, explicou Maninho.
Apesar dos desafios, o secretário garante que o trabalho conjunto das secretarias e o apoio político têm permitido avanços significativos.
“Salitre é do povo. Nós apenas administramos, e estamos fazendo isso com diálogo e compromisso”, finalizou.
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