Cristo Redentor Completa 90 Anos E Espera Recuperar Fluxo De Turistas.

 



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                                                                          foto Flickr 


 Um dos principais símbolos do país, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, completa 90 anos nesta terça-feira (12), sob a expectativa de recuperar seu tradicional fluxo de visitantes, bastante afetado pela pandemia. A crise de saúde afetou significativamente não só a visitação ao mais famoso cartão-postal do Brasil no exterior, mas a maioria dos atrativos famosos ao redor do mundo.

Erguido a 704 m de altitude em meio de uma floresta urbana, eleito uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno em 2007 e considerado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2012, o monumento era, até 2019, o segundo atrativo mais visitado da América do Sul, só perdendo para as ruínas incas de Machu Picchu, no Peru. Eram cerca de 2,5 milhões de visitantes por ano, mas o novo coronavírus fez esse número desabar para 352 mil no ano passado.

Construção

A construção do Cristo levou cinco anos para ser concluída e é considerada uma vitória da engenharia para a época. Primeiro, pelo desafio de erguer um monumento que pesa mais de 1.100 toneladas no alto do morro do Corcovado, a 704 m do nível do mar. Depois, por fazer com que essa estátua de concreto armado e pedra-sabão com 30 m de altura (além dos 8 de pedestal) suportasse os ventos, as chuvas e os raios por anos. Sua inauguração à época foi considerada a entrada do Brasil na era do modernidade.

A estátua do Cristo começou a ser planejada em 1921 e foi desenvolvida pelo engenheiro Heitor da Silva Costa ao longo de cinco anos, de 1926 a 1931, ano de inauguração. O monumento pode ser acessado de trem, van ou carro (veja serviço no final desta matéria). 

Nesse período, o Cristo Redentor passou por algumas restaurações. Desde o início do ano, cinco pontos da estátua passam por reforma. Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, contudo, o monumento ainda precisaria sofrer uma série de intervenções nos próximos anos. O motivo é o desgaste natural do tempo. Seu projeto e construção, no entanto, foram pensados para resistir a ventos de até 250 km/h.

Comemorações

Para comemorar o aniversário, diversas ações estão programadas para os próximos dias. Na terça-feira —, além de missa em ação de graças com a presença de autoridades, tal qual aconteceu na inauguração, em 1931 —, haverá uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça e o lançamento de selos e de medalhas comemorativas. No mesmo dia, será dado o início a uma festa sustentável que se seguirá até o fim de semana, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.

Além disso, o aniversário do Cristo Redentor também motivou outras homenagens. Uma delas, bem brasileira: a “Cachaça Redentor”, que antes mesmo de seu lançamento oficial foi dada de presente ao papa Francisco.

Impasse

Na última quinta-feira (7), mesmo com o tempo encoberto, o monumento recebeu centenas de turistas. Entre eles estava o casal Guilherme e Renata Fernandes, de Porto Alegre. “É parada obrigatória. No Rio de Janeiro, não tem como não vir ao Cristo. E somos cristãos, então acho que representa muito aquilo que a gente acredita: braços abertos, que nos recebe e que abençoa as pessoas”, disse Guilherme, que é policial civil. “É um pouquinho menor do que imaginava, mas estou igualmente surpreso. O Cristo, a vista, o conjunto todo é surpreendente de qualquer forma.”

O encantamento pelo monumento e pela vista não são acompanhados por outras opções de um ponto turístico. Lojinhas de suvenir, quiosques e cantinas no alto do Corcovado estão todos fechadas. Quem quiser alguma lembrança ou mesmo um pouco de água para se hidratar precisa comprar antes de subir o morro. Banheiros também são raros, e pelo menos uma das duas escadas rolantes tem se mantido desativada.

Administração

Há anos, a Arquidiocese do Rio e o governo federal não se entendem sobre o controle dos espaços. Oficialmente, a Igreja Católica administra a estátua do Cristo Redentor e o platô do mirante, além da Capela de Nossa Senhora Aparecida, que fica na base do monumento. Os pontos comerciais, por sua vez, ficam em área pertencente ao Parque Nacional da Tijuca, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Em 2019, o ministério conseguiu uma ordem de despejo dos lojistas, e desde o meio deste ano os espaços estão vazios.

O jornal “Estado de S. Paulo” questionou o ministério sobre o tema. Na sexta-feira, a pasta informou apenas que firmará um acordo que dará “direito de uso e acesso ao Cristo Redentor”. Segundo o ministério, a medida vigorará por tempo indeterminado “dando mais liberdade e segurança jurídica aos católicos que acessam o Santuário”. Não foram informados detalhes do acordo.

Curiosidades

A altura do Cristo Redentor equivale a um prédio de 13 andares e é a terceira maior estátua de Cristo do mundo. Ele só perde para o Cristo Rei, na Polônia, com 52 m de altura, e o Cristo de la Concordia, na cidade de Cochambamba, na Bolívia, com 40 de altura. Reza também a história que Princesa Isabel, após a assinatura da Lei Áurea, em 1888, teria sonhado com a imagem de Cristo no topo do Corcovado.

Restauro

A reforma envolve uma equipe de 40 profissionais, incluindo quatro alpinistas. Um deles, Rodrigo Tavares, vai quase que diariamente ao monumento. O trabalho começa ainda de madrugada, e ao longo do dia ele sobe e desce inúmeras vezes os 12 lances de escadas instaladas no interior do Cristo. Mas o trabalho, conta, é muito gratificante. “Vou te falar: tenho 16 anos de profissão, mas pra mim é uma sensação inexplicável. É surreal. Eu trabalhei em quase todos os grandes projetos que tiveram no Brasil, mas trabalhar no projeto de restauração do Cristo Redentor é um privilégio.”

O alpinista industrial conta que a parte mais difícil do trabalho é lidar com a força dos ventos. Eles mudam a todo momento e, muitas vezes, inviabilizam a atuação da equipe. Mas nada que abale o prazer de atuar no restauro do monumento nonagenário. “Estou no lugar que todo mundo gostaria de estar (interior do Cristo), e ainda recebo por isso”, brinca. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Serviço

De trem: Trem do Corcovado exige certificado de vacinação para subir ao Cristo. Os ingressos custam R$ 88 (adultos), R$ 54 (crianças de 5 a 11 anos) e R$ 27 (pessoas acima de 60 anos) na alta temporada. R$ 71 (adultos), R$ 54 (crianças de 5 a 11 anos) e R$ 27 (pessoas acima de 60 anos) na baixa estação.

De van: Elas saem do largo do Machado e da praça Lido, levando os turistas ao preço a R$ 39,40, com saídas de domingo a sábado, das 8h às 17h. Acesse Estação Paineiras Corcovado. Também comprovação de vacinação completa.

Mais informações. acesse o site do Visiti.Rio: Cristo Redentor.

Fonte: O Tempo

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