Vereadora pede ajuda a Deus para resolver crise em Juazeiro do Norte, entre os poderes executivo e legislativo.

 



Foto: Josimar Segundo

 O desabafo da vereadora Jaqueline Gouveia (Republicanos), durante a sessão do dia 27 de agosto, expõe uma crise iniciada nos primeiros dias da gestão do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) e do presidente da Câmara, vereador Darlan Lobo (PTB). Instalação de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), discursos ameaçadores e atraso em votação de projetos têm feito os ânimos se acirrarem em Juazeiro. Ao se posicionar sobre o projeto que concede subsídio, em parceria com Governo do Estado, para a empresa Via Metro continuar operando, Jaqueline pediu a Deus pela harmonia na Casa.

“Pedindo a Deus, também, para que haja uma paz, uma concordância entre os poderes de Juazeiro, porque está bem difícil do jeito que está”. Em outro momento, a vereadora ressaltou: “com a falta de harmonia que está acontecendo na Câmara, entre o Executivo e o Legislativo, infelizmente, o andamento dos trabalhos está praticamente parado e quem sai perdendo, realmente, é a população”. Jaqueline caracteriza o projeto da Via Metro como um mal necessário, ao deixar claro que não concorda com o valor que o Município terá que repassar para a empresa. “A própria população está clamando pela aprovação do mesmo. [...] Estamos aqui pelo povo, então vai ser o jeito aprovar, mesmo não concordando”, concluiu.

O projeto da Via Metro está parado na Casa e sem data para votação. O vereador Capitão Vieira Neto (PTB), primeiro vice-presidente e que presidiu a sessão, disse que a Mesa Diretora não está contrária ao projeto, mas que precisava de mais esclarecimentos. Vieira não evidenciou quais os tipos de esclarecimentos e reclamou que o Executivo não enviou qualquer projeto para subsidiar categorias como mototaxistas, taxistas e permissionários.

Outra iniciativa que dorme nas comissões da Câmara é o que institui a nova política de resíduos sólidos do Município. Dependendo de aprovação, o projeto atrasa a discussão e o andamento da política para toda a região caririense. Integrante do Consócio Metropolitano para Aterro de Resíduos Sólidos (Comares), Juazeiro precisa aprovar o projeto para dar sequência às ações. Sobre a discussão, Darlan cancelou a audiência pública marcada para esta quarta-feira (1º). Proposta pelo presidente, a reunião rediscutiria pontos do projeto, já que a iniciativa foi analisada em outra audiência realizada em Julho passado, com as presenças de Darlan e outros 15 vereadores, representantes do Comares, Secretaria de Meio Ambiente do Estado, Prefeitura e Ministério Público.

Ao procurador do Município, Walberton Carneiro, a assessoria jurídica da Câmara justificou que o cancelamento se deu por não obtenção de resposta sobre convite para participar da audiência. O procurador e o secretário executivo do Consórcio, Brito Júnior, se reuniram para avaliar a situação. Comares e Prefeitura de Juazeiro devem ingressar com mandado de segurança contra a Câmara, por abuso de poder. “Não estamos pedindo que a Câmara aprove o projeto. Queremos, apenas, que o presidente coloque para votar”, disse Walberton. Segundo informações, houve contato do Ministério Público do Estado com a Câmara, pedindo uma justificativa para o projeto não ter sido votado. Mesmo com as pressões, o presidente Darlan continua irredutível.


                         ( JC) 

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