Estudante de mestrado rifa carneiro para comprar notebook e arrecada dinheiro em menos de 24h.

 

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Sem emprego desde 2019, ano do fim de sua graduação, Ricardo lançou o sorteio para conseguir o dinheiro necessário para a compra de um novo notebook (Foto: Reprodução/Instagram)

Após ser aprovado para o mestrado em Gerenciamento de Empresas e Empreendimentos na Universidade Federal do Ceará (UFC), Ricardo Maurício, natural de Tabuleiro do Norte, se viu diante de uma situação inesperada: seu notebook, ferramenta que viria a utilizar para pesquisas e estudos, queimou. Diante disso, ele decidiu sortear um carneiro para ajudar nos custos que precisaria ter com a compra de um novo equipamento. 

A postagem da história dele fez tanto sucesso no Instagram que, em menos de 24 horas, ele bateu a meta inicial para a compra de um notebook. Mas os pontos da rifa, no valor de R$ 10, continuarão a ser vendidos para ele se manter na Capital cearense. Nos meses iniciais do mestrado, só será possível se manter em outra cidade por conta das doações que vem recebendo. O carneiro será sorteado no domingo, 6.

Formado em Engenharia Civil, o jovem de 26 anos utilizava o mesmo notebook desde 2012. Ele ganhou o computador após acertar mais de 80% da prova do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece), uma avaliação do Governo do Ceará.

O engenheiro não recebe oportunidades de emprego desde 2019, ano em que se graduou, e a única renda da casa em que vive com a família vem do salário mínimo do pai. Por essa razão, a saída encontrada para solucionar de forma rápida o problema do notebook foi por meio da realização do sorteio do carneiro. 


 A princípio, Ricardo não estabeleceu nenhuma meta de arrecadação. O jovem só esperava conseguir o suficiente para poder comprar o novo equipamento e, assim, retomar seus estudos e pesquisas. "Eu coloquei a postagem no meu Instagram no final da tarde e no outro dia de manhã já havia conseguido bater a meta [...] Eu me surpreendi. Foi algo muito positivo, e eu não esperava que fosse gerar essa repercussão toda. No começo, achei que seria algo local, nunca pensei que fosse ter esse impacto todo", explica.

Uma vez que o mestrado teve as bolsas de pesquisa cortadas pelo governo federal, o estudante desabafa: "Eu não sou apenas um caso isolado, sou mais um entre tantos que está passando por essas condições de ter que enfrentar os cortes do governo e de ter que lidar com os problemas da sociedade, de algo que é nossa culpa. Estamos inseridos em um sistema que não valoriza a educação".

Com o dinheiro excedente da rifa, o jovem explica que talvez consiga se manter em Fortaleza, cidade em que fará o mestrado,"por uns quatro a seis meses". Depois, espera conseguir uma bolsa de pesquisa. "Não tem nenhuma previsão ainda, mas não podemos deixar de acreditar que as coisas podem melhorar", completa.

       o Povo 

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