Juazeiro do Norte recebe unidades do capacete Elmo, que reduz em 60% necessidade de internação em leitos de UTI

 






                                                 Foto > George Wilson 


Juazeiro do Norte recebeu, durante a solenidade de vacinação da primeira pessoa com o imunizante para Covid-19, algumas unidades do capacete Elmo, doados pelo sistema FIEC e SENAI para o município. Ao todo, serão seis unidades que vão integrar os leitos existentes na UPA da Lagoa Seca, sendo que o equipamento promete reduzir em 60% a necessidade de internação em leitos de UTI.

De acordo com José Pinto Neto, gerente de mercado sistema FIEC, as unidades foram entregues de forma simbólica ao município, e que poderão ser encaminhadas mais destes capacetes para equipar as unidades de saúde de Juazeiro.

“O Sistema FIEC desenvolveu esse equipamento chamado Elmo, em parceria com a Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará, com a Esmaltec, com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e com a Universidade de Fortaleza (Unifor). Foi desenvolvido com o intuito de melhor a chance das pessoas que estão em estado grave para que possam ser entubadas. Sendo desenvolvido e aprovado pela Anvisa, e efetivamente diminui entre 60% e 70% a necessidade da pessoa ir para UTI e ser entubada”, disse José Pinto.

Criação do Elmo

A proposta de criar um capacete nasceu em abril de 2020. A iniciativa uniu ciência, tecnologia e inovação, um dos valores da Sesa. Ao todo, nove protótipos foram sugeridos e testados em voluntários no Laboratório Elmo, implantado na Central de Ventiladores Mecânicos e Equipamentos Respiratórios (CVMER). Com a consolidação do equipamento, iniciou-se a aplicação em pacientes. O trabalho reúne diversos profissionais, entre médico pneumologista e intensivista, fisioterapeutas, técnicos em usinagem e ferramentaria, design industrial e engenheiros nas áreas clínica, civil, mecânica e de produção.

O projeto foi abraçado pelo Governo do Ceará, por meio da Sesa, ESP/CE e Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Fortaleza (Unifor), com o apoio do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) e Esmaltec.

O estudo para avaliação dos pacientes ocorreu nos últimos cinco meses no Hospital Leonardo da Vinci (HLV), unidade requisitada pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) durante a pandemia. As pessoas tratadas com o Elmo para fins da pesquisa tinham entre 37 e 76 anos e possuíam comorbidades. Com os testes, foi possível validar as funcionalidades e usabilidade do capacete, bem como sua eficácia no tratamento de insuficiência respiratória causada pelo coronavírus.

Ao utilizar um mecanismo de respiração artificial não invasivo, o Elmo foi fundamental para evitar a entubação de pacientes, reduzindo em 60% a necessidade de internações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apenas quatro das dez pessoas que usaram o capacete no HLV precisaram ser transferidas para UTIs. O dispositivo trata quadro clínico moderado e também auxilia casos em início de gravidade.

O Elmo avança agora para uma nova etapa. O teste em paciente, que foi autorizado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), era um dos requisitos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorizar a produção em escala industrial do equipamento. Com a eficácia comprovada, o aval foi concedido no dia 29 de outubro à Esmaltec, empresa que o fabrica e irá comercializá-lo. Já a patente do dispositivo foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em julho.


Badalo 

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