Aprece orienta confecção de planos municipais para vacina

 


Imunização deve ser oferecida por públicos prioritários. Foto: Divulgação

A Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (COSEMS) recomendam que os municípios cearenses apresentem, individualmente e o mais breve possível, o Plano de Operacionalização para Vacinação contra a Covid-19. Com isso, cada município, utilizando informações próprias ou disponibilizadas pelo IBGE, fará a estimativa da quantidade de pessoas, por grupos prioritários, em cada fase da vacinação. O objetivo é reforçar a estrutura necessária para a logística de transporte, armazenamento e distribuição dos imunizantes nos municípios cearenses.

De acordo com o documento encaminhado pela Aprece aos municípios, as secretarias de Saúde seguirão a definição de grupos prioritários da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que será baseada em critérios epidemiológicos, características da vacina e identificação da população com maior risco de contrair a doença e de apresentar complicações e óbito. O Plano de Contingência contra a Covid-19 do Ceará faz referência ao esquema nacional, divulgado pelo Ministério da Saúde.

Apesar de ainda não ter data definida, o Ministério da Saúde pretende que, até o mês de março, comece a distribuição da vacina de Oxford e do Laboratório AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela FioCruz. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), viajou para Brasília e São Paulo para tratar da aquisição de imunizantes para o Ceará. Em suas redes sociais, nesta segunda-feira (14), Camilo informou que se reuniu com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar de demandas do Ceará, principalmente sobre a vacina da covid-19. Na reunião, o ministro informou que lançará esta semana, oficialmente, o Plano Nacional de Imunização e vai apresentar a articulação que o Ministério tem feito junto aos laboratórios. Em seguida, fará encontros regionais sobre a logística de vacinação nos estados.

Além da vacina de Oxford, Camilo não descarta o uso da CoronaVac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Instituto Butantan, um dos principais fornecedores de vacina para o Ministério da Saúde, e da vacina da Pfizer. O secretário estadual da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, afirmou que o Estado tem "planos diferenciados para os tipos de vacinas diferenciadas". Cada imunizante tem um plano próprio de uso, que considera fatores como a forma de transporte, armazenamento e o intervalo entre as doses.

Cícero Inácio, médico e imunologista, conta que o Programa Nacional de Imunização é de competência do Governo Federal e que, para quaisquer biológicos ou vacinas serem aprovados no país, é preciso pedir, solicitar e ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir daí é que o Ministério da Saúde pode iniciar venda e distribuição. Em relação aos laboratórios que estão na corrida para a vacina, ele conta que, até o momento, apenas a vacina da universidade de Oxford e da Astrazeneca terminou o estágio 3, com eficácia em torno de 70% - algo que ele considera plausível e verdadeiro, mas que ainda não possui solicitação de registro na Anvisa. “O programa nacional de imunização no Brasil é referência mundial em questões de vacinação. Creio eu que vai seguir também o mesmo protocolo”, relata Cícero Inácio, ao dizer que, inicialmente, é possível que as vacinas estejam disponíveis somente na rede pública.

Grupos prioritários

De acordo com o Plano de Imunização elaborado pelo Governo do Ceará, a vacina será aplicada primeiramente no grupo prioritário, que inclui idosos a partir de 75 anos; pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como abrigos e instituições psiquiátricas; e população indígena. Esta população é superior a 1,7 milhão de cearenses. Enquanto isso, os prefeitos também sinalizam ações voltadas ao tema. Único prefeito reeleito no Crajubar, Zé Aílton Brasil (PT), que entrará no segundo mandato, revelou aguardar o calendário de vacinação a ser feito pelo Estado. A medida terá sequência no município, assim como deve ser feito entre os novos gestores. Zé Aílton informou que o Município ainda tem dinheiro de verba do Governo Federal para usar na pandemia e, assim, direcionar o recurso para a imunização da população cratense.

Enquanto a vacina não vem

Médicas que atuam em Juazeiro do Norte, Kaline Cristh e Kellen Nobre sugerem medidas mais restritivas para a contenção do novo coronavírus. Para Kellen Nobre, a principal ação a ser tomada é a de evitar aglomerações em festas de final de ano, além de continuar o uso de máscaras, a higiene das mãos e outras medidas de proteção individual. “Em resumo, devemos lembrar que a pandemia não acabou e aglomerações devem ser evitadas”, diz. Por sua vez, Kaline Crist diz que já vivemos, no Cariri, uma segunda onda de novos casos da covid-19, provocados principalmente pelas eleições municipais. Ela sugere a adoção de medidas restritivas, como a proibição de eventos passíveis de aglomeração, além de incentivar o uso de máscara e a manutenção de uma higiene pessoal e de ambientes aos quais frequentamos.

Decreto do Estado As sugestões das médicas são contempladas em decreto especial de fim de ano, editado pelo Governo do Ceará na sexta-feira (11). A iniciativa torna mais rígido o funcionamento de bares e restaurantes, barracas de praia, lojas de conveniência em postos, hotéis e pousadas, além de estender o horário de funcionamento do comércio de rua e em shoppings. O decreto também proíbe a realização de festas e eventos sociais e corporativos entre os dias 15 de dezembro de 2020 e 04 de janeiro de 2021. “O objetivo é frear a maior propagação do vírus, até que tenhamos a vacina, cuja aquisição estamos empreendendo todos os esforços para conseguir o mais rápido possível”, argumenta Camilo Santana.


JC 

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