Profissionais da educação protestam contra retorno das aulas presenciais em Fortaleza

 

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Professores protestam contra retorno de aulas presenciais em Fortaleza. — Foto: José Leomar/SVM



Manifestantes levaram totens de papelão para representar sindicalizados, evitando aglomeração. Grupo pede suspensão de decreto estadual e sinaliza greve.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) promoveu uma manifestação simbólica na manhã desta sexta-feira (25), em frente ao Paço Municipal, sede da Prefeitura de Fortaleza. O ato pediu a revogação do retorno das aulas presenciais na capital cearense, previsto para o dia 1° de outubro. Totens de papelão foram utilizados para representar profissionais sindicalizados e, dessa forma, evitar aglomerações.


Testagem para profissionais da rede pública estadual começa na segunda-feira

No dia 19 deste mês, o governador Camilo Santana divulgou que a oferta de aulas presenciais será ampliada em 1º de outubro para mais séries nas escolas da macrorregião de Fortaleza, onde as aulas já estão parcialmente autorizadas. Atualmente, apenas creches e pré-escolas da rede privada podem realizar atividades presenciais. Com a mudança, serão permitidas aulas em mais quatro anos letivos, em escolas públicas e privadas.

Questionada sobre o retorno, a Secretaria Municipal da Educação (SME) informa que "não há uma data definida para o retorno presencial das aulas na rede municipal de ensino de Fortaleza" e que quando a data for acertada, "convocará o Comitê Municipal, composto por representantes da categoria de profissionais da educação, comunidade escolar e pais de alunos, para discutir as estratégias de retomada".

O ato simbólico foi a alternativa encontrada pelo Sindicato para se posicionar contra o retorno, por colocar os profissionais em risco. "Seria irresponsável colocar os professores aqui. Cada bonequinho representa um professor. Esses caixões podem representar as pessoas que podem morrer em decorrência da doença", indica Wellington Soares, diretor do Sindiute.

Ele reforça que caso o pedido não seja aceito pela Prefeitura de Fortaleza, a categoria poderá entrar em greve. "Nós pedimos a suspensão deste decreto. A categoria vem realizando assembleias e hoje estamos caminhando para uma greve geral caso o decreto seja mantido", adiciona.

Os profissionais também não sentem segurança no modelo de ensino proposto, na modalidade híbrida. “Presencialmente nós teríamos 30 dias de aula. É muito risco para pouco resultado de aprendizado. O aluno vai passar uma semana em casa, uma semana na aula. Vemos que com essa organização é muita exposição para pouco aproveitamento”, completa a presidente do Sindiute, Ana Cristina Fonseca.

 Retorno

O decreto estadual que prevê o retorno das aulas presenciais em mais etapas de ensino afirma que, a partir do dia 1º de outubro, podem voltar às instituições, com até 35% da capacidade:

1º e 2º anos do ensino fundamental

9º ano do ensino fundamental

3º ano do ensino médio e educação profissionalizante

Educação de Jovens e Adultos (EJA)

As decisões de retornar com as atividades, contudo, devem ser analisada pelos municípios e pelas próprias instituições de ensino, que podem decidir como vão recomeçar as aulas. Oito municípios da Grande Fortaleza decidiram que as aulas presenciais só devem ser retomadas em 2021.

 

Medidas de prevenção

"Os profissionais deverão ser testados, professores, auxiliares, alunos, e só poderão iniciar as atividades (os municípios) com esses protocolos e testagem cumpridos", afirmou o governador Camilo Santana, ao anunciar a liberação. Ele também ressaltou que o cenário epidemiológico da doença será monitorado por 14 dias.

Segundo a titular da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), Eliana Estrela, foram feitos investimentos na infraestrutura das escolas, em especial, nos banheiros, para que fossem instaladas mais pias. Também estão sendo adquiridos equipamentos de proteção individual (EPIs), e álcool em gel estará disponível nos equipamentos.

“Teremos todo o cuidado de manter o distanciamento. Nas escolas em que a gente sentir que não há condições de voltar no momento, vamos esperar para que possamos fazer uma melhoria e, assim, retornar com segurança”. 


 G1 

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