Paciente de 65 anos vence a Covid-19, após parada cardiorrespiratória, no Ceará


Um total de 32 dias internado, com passagem pela Unidade de terapia Intensiva (UTI), uma parada cardiorrespiratória, traqueostomia e até uma vaquinha virtual para a família conseguir pagar o tratamento.

Esses dilemas agora fazem parte da história do contador aposentado Luís Alberto Rodrigues, de 65 anos, que foi contaminado com o novo coronavírus, mas conseguiu se recuperar e recebeu alta nesta segunda-feira (15) de um hospital particular em Fortaleza.

A família comemora a vitória de Luís contra a Covid-19. Segundo a filha do aposentado, Tayna Alcântara, a alta do pai é o resultado de uma sucessão de vitórias. Tayna conta que no dia 21 de maio, ainda enquanto o pai estava na UTI, os médicos "desenganaram" a família sobre as chances dele sobreviver. O organismo de Luís precisaria agir aos remédios em poucas horas para que os sinais vitais dele se readequassem.

A internação de Luís Alberto aconteceu no dia 13 de maio, cerca de sete dias após o início dos sintomas. Na época, sentiu febre e cansaço, o que acendeu o alerta para procurar uma unidade de saúde. Ao chegar no hospital, foi medicado e voltou para casa. Horas depois, piorou e precisou retornar à unidade hospitalar, sentindo ainda mais dificuldade para respirar.

"Quando foi dia 15 ele foi pra UTI e passou dois dias sem ser entubado. Tiveram que fazer uma traqueostomia para ser entubado com urgência e nesse procedimento ainda teve uma parada cardiorrespiratória e durante a manobra perfuraram o pulmão que não estava comprometido devido ao vírus. No dia 21 de maio, depois de tudo isso, ele foi desenganado e reforçamos orações para que ele conseguisse se recuperar. Deus, mais uma vez, agiu", conta a filha.

Os médicos indicaram para Luís um medicamento de R$ 3 mil, cada dose, e que o plano de saúde particular não fornecia. A família deu início a uma "vaquinha virtual" e em poucas horas superou a meta, recolhendo quase R$ 8.500.

Uma semana depois Luís Alberto conseguiu sair da UTI e foi encaminhado à enfermaria. Ainda com estado de saúde grave devido à traqueostomia e necessidade de ventilação mecânica, o paciente reencontrou a filha. Tayna. O momento foi de tamanha emoção que o aposentado precisou ser sedado.

No total, foram 17 dias de internação no quarto, no qual Luís Alberto ficou em companhia da filha. A evolução do quadro de saúde do paciente impressionou a equipe de saúde, segundo a filha: "a forma como o organismo dele começou a reagir era uma espécie de quebra de protocolos para os médicos".

Em casa
Antes mesmo do pai ser internado, Tayna conta que todos que estavam na residência sentiram sintomas da Covid-19. Entre apresentações mais leves, no entanto, ninguém chegou a procurar auxílio hospitalar para o tratamento. "Começou tudo com minha mãe e minha filha pequena, que sentiu febre e falta de apetite. Eu gripei como se estivesse em uma crise de sinusite, mas perdi o olfato e paladar. Meu pai foi o último a apresentar sintomas".

Dos dias de preocupação, quando recebia notícias do estado de saúde do pai e sem poder vê-lo, Tayna conta ter restado imensa gratidão pela recuperação e por todos em casa estarem bem. "A gratidão a Deus é imensa. Quando os médicos me desenganaram do estado dele, foi a Deus que me apeguei. Você passa a ver que, nessa hora, Ele basta", diz. Ela também conta da gratidão aos amigos, que participaram da campanha para custear o tratamento do aposentado.

Agora, em ambiente familiar, Luís Alberto deve continuar tratamento com antibiótico via oral, sessões de fisioterapia motora e respiratória, além de contar com os cuidados dos parentes próximos nesta readaptação. "Agora é vida normal em casa. Perto de quem ele ama", disse a filha.

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