Plástico derretido no meio ambiente: estudo da URCA alerta sobre “plastificação” de rochas

 


 Um estudo desenvolvido na Universidade Regional do Cariri (URCA) acende um alerta sobre os impactos do descarte inadequado de plástico no meio ambiente e a urgência de ampliar a infraestrutura de reciclagem na região do Cariri. A pesquisa aponta o risco do surgimento do chamado plastiglomerado — um tipo de “rocha” formada quando o plástico derretido se funde a materiais naturais como areia, conchas e fragmentos rochosos.

Segundo o geólogo e pós-doutorando Rafael Celestino, em entrevista ao Jornal Alerta Geral, o fenômeno é resultado direto da ação humana, especialmente em áreas com lixões e queimadas irregulares.

Ele destaca que o calor faz o plástico derreter e atuar como um “cimento”, agregando sedimentos naturais. Embora ainda não haja registro oficial desse tipo de formação no Cariri, pesquisadores do Laboratório de Pedologia, Análise Ambiental e Desertificação (LAPEDGEO/URCA) já investigam áreas da região com potencial para o surgimento do problema.

https://youtu.be/flzj5D2WzYY

MICROPLÁSTICOS

Além da alteração das paisagens geológicas, o plástico também se fragmenta em microplásticos, que se infiltram no solo, na água e na cadeia alimentar, afetando plantas, animais e seres humanos. Estudos já identificam essas partículas tanto na água de irrigação quanto na água consumida pela população.

Dados globais reforçam a gravidade do cenário: mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente no mundo, e menos de 10% é reciclado. No Brasil, quarto maior produtor de lixo plástico, o índice de reciclagem ainda é limitado, apesar de avanços recentes, especialmente no Nordeste, que registrou crescimento de 16,6% na reciclagem em 2024.

                                    Ceará Agora 

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