Cinco produções do Cariri são selecionadas para a 35ª edição do Cine Ceará

 


Foto: Luiz Alves

Aysha Quezado

 Na última sexta-feira (22), o Festival Ibero-americano de Cinema (Cine Ceará) divulgou os títulos escolhidos para a Mostra Olhar do Ceará, com 14 curtas e 4 longas-metragens concorrendo ao Troféu Mucuripe nesta edição. Entre eles cinco produções são assinadas por cineastas caririenses.      


Na categoria de curtas, três obras da região estão na disputa. Já entre os longas, duas produções representam o Cariri — metade da concorrência na categoria.

Conheça as obras que irão representar a região em 2025:

 

Curtas-metragens

1. Faísca – Direção: Bárbara Matias Kariri

Faísca

Foto: Divulgação/Faísca

 

Sinopse: O desaparecimento das onças do território provoca uma desolação nas pessoas da comunidade. Mulheres de gerações diferentes se encontram diante desse conflito, que requer descobrir segredos antigos para o retorno das onças antes que todas as pessoas também desapareçam.

Bárbara Matias é indígena da etnia Kariri, natural de Lavras da Mangabeira. Artista da cena, escritora, realizadora audiovisual e curadora, é egressa do curso de Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA) e doutora em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Autora do livro Poesia da Terra, já teve suas produções exibidas em diversas instituições culturais da região — como o Centro Cultural do Cariri, o Centro Cultural Banco do Nordeste e o PROCEM/Casa Luz —, além de alcançar espaços em outros países, como França e Japão.

 

2. Na estação das mangas, ela alimenta o bairro inteiro – Direção: Carlos Dias Oliveira, Lino Fly, Tiago Coutinho e Yan Tavares

Na Estação das Mangas, Ela Alimenta o Bairro Inteiro

Curta-metragem “Na estação das mangas, ela alimenta o bairro inteiro”. Foto: Divulgação/Na estação das mangas, ela alimenta o bairro inteiro


Sinopse: A partir de fotografias de acervos pessoais, memórias, lembranças e arquivos se misturam e constroem uma ficção experimental. A narrativa desta obra é composta por múltiplas vozes que evocam sensações nostálgicas da infância e da adolescência.

O curta é assinado por um grupo de realizadores caririenses que combinam pesquisa histórica, acervos fotográficos e linguagens da comunicação para criar uma obra marcada pela memória afetiva.

 

3. Vermelho de Bolinhas – Direção: Joedson Kelvin e Renata Fortes

Vermelho de Bolinhas

Foto: Divulgação/Vermelho de bolinhas

 

Sinopse: Vermelho de Bolinhas aborda aspectos de complexidade em torno da construção da imagem de Benigna Cardoso, jovem sertaneja vítima de feminicídio no interior do Ceará, em 1941.

No início de 2025, o curta foi eleito o melhor filme pelo júri popular na Mostra Ecofalante 2025, em São Paulo, o maior festival sul-americano de cinema voltado a questões socioambientais.

Dirigido por Joedson Kelvin e Renata Fortes, o filme tem como um dos objetivos fazer uma nova leitura da imagem de Benigna, não somente aquela que foi consagrada apenas pela religiosidade oficial, mas especialmente a que vive na fé popular.

 

Longas-metragens

4. Bom Fim  Direção: Rafael Vilarouca

Bom Fim

Foto: Divulgação/Bom Fim

 

Sinopse: Em Icó, cidade localizada no centro-sul do Ceará, a festa centenária em louvor ao Senhor do Bonfim acontece anualmente entre dezembro e janeiro, cujo ápice é o cortejo de bombas em louvor ao Cristo Crucificado. Na cidade, as tradições estão cercadas por simbolismos e ambiguidades, personagens cujas histórias encontram-se no limiar entre ficção e realidade.

Natural de Icó e residente em Juazeiro do Norte, Rafael Vilarouca é artista visual, fotógrafo e realizador. Graduado em Artes Visuais e Direito pela URCA, já participou de diversos projetos audiovisuais. Sua obra transita entre documentário, ficção e ensaios visuais, explorando memória, paisagem, ruína e arquivo.

 

5. Verbo Ser – Direção: Nívia Uchôa

Verbo ser

Longa-metragem “Verbo ser”. Foto: Divulgação/Verbo Ser

 

Sinopse: Acompanhamos ativistas feministas no Cariri cearense, no Nordeste do Brasil, que, por meio de relatos pessoais e histórias de resistência, trazem à tona a urgência da luta contra os feminicídios, enquanto refletem sobre o impacto cultural e social do patriarcado nas vidas das mulheres.

Nívia Uchôa é cineasta, fotógrafa e educadora, fundadora da produtora Poesia da Luz. Residente no Crato, atua há mais de 30 anos no audiovisual e na fotografia, com trabalhos voltados à memória, ancestralidade e protagonismo feminino.

 

A premiação

Com programação gratuita, a 35ª edição do Cine Ceará será realizada de 20 a 26 de setembro de 2025. As exibições acontecerão no Cineteatro São Luiz e no Cinema do Dragão, na cidade de Fortaleza, reunindo ficções, documentários, animações e produções híbridas que vão do sertão ao litoral, da intimidade de um apartamento às paisagens poéticas.

Além das mostras competitivas — Olhar do Ceará, Brasileira de Curta-metragem e Ibero-americana de Longa-metragem —, o festival também contará com exibições especiais, mostras sociais, debates e homenagens.

Entre as produções selecionadas para as Exibições Especiais estão obras que representaram o Brasil em festivais nacionais e internacionais em 2025, como O Agente SecretoPara Vigo Me Voy e Directors’ Factory Ceará Brasil.

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