O jornalista, professor, escritor Jurani Clementino lançou o livro “Meu vizinho Babinski”, que conta a história do polonês Maciej Antoni Babinski, 94 anos.
O polonês fugiu da Segunda Guerra mundial, morou no Canadá, mudou-se para o Rio de Janeiro, passou por Brasília, São Paulo, Minas Gerais e, desde a década de 1990, habita em Várzea Alegre, o interior do Ceará, com a esposa Lídia, no Sítio Exu, distrito de Canindezinho.
“O meu desejo de escrever sobre o Babinski é antigo. Ele passou a viver no Ceará há 34 anos. E eu sempre achei curiosa a presença dele ali. Mas só retomei esse projeto recentemente quando levei um amigo para conhecê-lo. Propus biografa-lo e tanto ele quanto a Lídia toparam. Daí comecei a pesquisa”, conta Jurani.
O livro foi resultado de meses de dedicação diária, diversas visitas e entrevistas feitas na casa do polonês, consulta a livros, artigos, documentos, recortes de jornais, cadernos especiais sobre o artista plástico, entrevistas com amigos, ex-colegas de trabalho, vizinhos, filhos, críticos de arte.
“Tudo com o objetivo de traçar o percurso da Polônia até o Ceará. Ao todo são mais de 300 páginas com um vasto material iconográfico: telas, fotos, arquivos pessoais”, completa Jurani.
Para a realização da pesquisa, Jurani contou com o apoio da Editora da Universidade Estadual da Paraíba – Eduepb, através do professor Cidoval Morais que acreditou no projeto:
“Babinski tem uma história muito bonita com o semiárido nordestino. E Jurani tem uma escrita leve e envolvente. Com uma riqueza de detalhes que impressiona e nos faz viajar imaginando o que ainda não foi dito”, disse.
O Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo – USP, professor e membro da Academia de Letras de Campina Grande, Bruno Gaudencio, prefaciou a obra.
“Este livro não se propõe a ser apenas mais uma biografia. Pelo seu caráter diríamos íntimo aproxima-se daquilo que Sérgio Vilas Boas, chama de metabiografia, quando o biógrafo se coloca na narrativa. E com essa missão “Meu Vizinho Babinski” acaba por mergulhar na alma de um artista que, como um pássaro errante, voou por diferentes céus, provou diversos sabores e encontrou, no coração do Ceará, o porto seguro para sua arte e para seu espírito. E é através da pena habilidosa de Jurani Clementino, um escritor que conhece como poucos os segredos e os encantos do sertão, que essa história ganha vida e nos transporta para um universo de cores, sons e emoções”, pontuou.
O escritor Thélio Farias, presidente da Academia de Letras de Campina Grande e biógrafo de Pedro Américo, comentou o seguinte sobre o novo livro de Jurani:
“Clementino escreve também suas recordações pessoais e a relação com Babinski. É uma memória de sua própria vida e um registro do Ceará-natal do autor e do Ceará adotivo do artista, do seu tempo e de sua época, numa prosa leve ao estilo da francesa Annie Ernaux, prêmio Nobel de Literatura 2022, mesclado com evocações dos “galos, noites e quintais”, das conversas, vivências, tradições e experiências do interior nordestino, que Jurani tão bem desenha em suas linhas da sensibilidade e sapiência”.
Durante o período de pesquisa e a fase da escrita, o professor contou com o apoio dos professores Cidoval Morais, UEPB, Michele Wadja, UFSB e Marilda Menezes, UFABC que leram os primeiros rascunhos e fizeram observações importantes para o trabalho e do biógrafo e jornalista Lira Neto que sugeriu leituras e indicou reportagens feitas por ele com o Babinski ainda nos anos de 1990.
A revisão textual ficou por conta da jornalista e acadêmica do curso de Direito Fabrínia Almeida. Toda o trabalho de pesquisa contou com a parceria indispensável da esposa de Maciej Babinski, Lídia Babinski, sem ela nada disso existiria.
Entre as pessoas entrevistadas para esse livro estão, além de Lídia e Babinski: a ex-aluna, artista plástica e amiga, Gisel Carriconde; a colega de departamento na época da UNB, Cintia Falkembach; os filhos Aniel Babinski e Daniel Babinski; a curadora de arte Dodora Guimarães; o médico e amigo, Drauzio Varela; a empresária e amiga Eugênia Maia, entre outros.
Esse é o décimo livro do professor Jurani e sua segunda biografia. A primeira foi sobre o compositor José Clementino do Nascimento, parceiro de Luiz Gonzaga e autor de vários sucessos do artista.
“’Meu vizinho Babinski’” é um projeto que carregava comigo há muitos anos, desde quando o polonês decidiu abandonar os grandes centros e se isolar em Várzea alegre. Estou feliz que tenha conseguido e espero que esse meu olhar sobre a trajetória dessa figura importante das artes plásticas do Brasil e do mundo, agrade aos leitores. O objetivo do trabalho é entender os motivos, as razões que levaram o polonês a se mudar para o Cariri cearense e de que forma aquele espaço influenciou na sua produção artística.” Explicou, Jurani.
O livro “Meu Vizinho Babinski” já se encontra disponível, em sua versão digital, e-book, no site da editora da Universidade Estadual da Paraíba. A expectativa é que no final de agosto o livro físico seja lançado no Barracão Cultural em Várzea Alegre\CE.
Foto divulgação
0 Comentários