Principal liderança política do bloco governista cearense, o ministro Camilo Santana (PT) repercutiu a operação policial contra o deputado federal Júnior Mano (PSB), pré-candidato ao Senado, e reforçou a aliança com o PSB no Estado. Nesta sexta-feira (11), o petista disse que cabe à Justiça "avaliar todo esse processo" e que o parlamentar tem o "amplo direito de se defender".
Para ele, a chapa para 2026 pode ser construída sem esse viés judicial: "Isso é um problema isolado que espero ser superado".
"O importante é que a gente mantenha uma aliança com o PSB Ceará sob a liderança do (ex-)governador Cid, e não tenho dúvida que a gente vai consolidar essas parcerias não só com o PSB, mas com todo o amplo arco de aliança que a gente tem no Ceará, sob a liderança do governador Elmano para as eleições de 2026", complementou o ministro.
"Eu não conheço o processo, tomei conhecimento pela imprensa e espero que tudo possa ser esclarecido", disse, ainda, Camilo.
Operação contra Júnior Mano
O deputado federal Júnior Mano foi um dos alvos da operação Underhand da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã de terça-feira, em cidades do Ceará e no seu gabinete em Brasília. A ação investiga uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de fraudes em processos licitatórios e contratuais. Em nota, o deputado nega envolvimento e diz que "a verdade dos fatos prevalecerá".
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os alvos são investigados pelos crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.
A PF detalha que o núcleo criminoso é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo.
Além dos mandados de busca, foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas. Conforme a corporação, a medida visa interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação ao erário.
Ponto Poder
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