Para Cavalcante, a “negociata” com o prefeito de Caucaia teria girado em torno de R$ 200 milhões. O deputado, porém, não explicou como isso teria ocorrido. Foto: ALECE.
O grupo político liderado no Ceará pelo deputado federal Capitão Wagner (PROS) ainda não aceitou o alinhamento administrativo entre o prefeito de Caucaia, Vitor Valim (PROS), e a base governista de Camilo Santana (PT) no Ceará. Durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã desta quarta-feira (03), Delegado Cavalcante (PTB) decidiu reverberar o sentimento da bancada de oposição, chamando Valim de “covarde” e traíra”.
De acordo com Cavalcante, o prefeito de Caucaia teria se vendido em uma “negociata” para o grupo liderado no Ceará pelos irmãos Cid e Ciro Gomes, chegando a citar um valor de R$ 200 milhões (o Estado fez um convênio com a Prefeitura de Caucaia, para recuperar parte da área praiana do Município). Ainda de acordo com o parlamentar, deputados da base governista teriam participado do acordo para obterem apoio político nas eleições do próximo ano.
As falas do opositor foram repelidas por aliados do Governo que estavam presentes no Plenário 13 de Maio.
“Tem o meu repúdio o que o prefeito de Caucaia fez com a população daquele Município. Ele não foi eleito com apoio de pessoas do PDT e do PT, foi com apoio de pessoas do bem. O Vitor Valim traiu quem votou nele. Nós apoiamos o Vitor Valim. Eu, o Tony Brito, o Capitão Wagner, o Soldado Noélio. Ele pertencia a um grupo político. Foi traíra, foi covarde e pode vir aqui cem vezes, que eu vou mostrar a verdade. Colocou a população em perigo e se junta às pessoas que ele criticava, que foram oposição a ele. Agora é um santo? Santo do pau oco”, acusou Delegado Cavalcante.
Mais comedido que o colega de bancada, Soldado Noélio (PROS) afirmou que Camilo Santana tenta fortalecer seu grupo político com o ingresso de Valim e outros prefeitos. No entanto, ele lembrou que durante as eleições, o governador chegou a chamar o prefeito de Caucaia de “candidato do ódio”. Noélio disse, ainda, que seu correligionário de partido tem buscado fazer um trabalho de diálogo em prol do município de Caucaia, mas que o voto dado a ele foi contra os Ferreira Gomes”.
“Foi traíra, se vendeu por R$ 200 milhões. Não precisava porque o Governo Bolsonaro sinalizou que já ia fazer os espigões. Seu Vitor Valim se vendeu e eu vou rebater. Estou nem aí. Não participo deste tipo de negociata” – (Delegado Cavalcante)
Para Tin Gomes (PDT), Delegado Cavalcante jamais será gestor com o pensamento limitado sobre o Executivo. Segundo ele, Vitor Valim tem feito bom trabalho em Caucaia, dialogando com os Governos do Estado e Federal. Walter Cavalcante (MDB) criticou o termo “negociata”, afirmando que houve sensibilidade por parte do governador Camilo, do senador Cid Gomes e de alguns deputados. “Foi conversa administrativa”.
Caucaia
Osmar Baquit (PDT) também ingressou no diálogo e lembrou que o presidente Bolsonaro, que é diariamente defendido por Delegado Cavalcante na tribuna da Casa, se alinhou com o Centrão, em prol da governabilidade e questionou se isso seria negociata.
Salmito Filho (PDT) afirmou que Vitor Valim tem defendido os interesses de Caucaia, independe, de onde venha o apoio ou auxílio. “A gente tem que fazer o debate, mas tem que ter zelo e cuidado. O governador pediu votos para o ex-prefeito Naumi, honrando todo o compromisso. Agora, o governador vai se furtar de atender à população de Caucaia? Essa é uma conquista para o segundo maior Município do Ceará”, disse Salmito Filho, referindo-se às recentes parcerias firmadas entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Caucaia na geração de emprego e do turismo.
Jornalista Edison Silva
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