No início do relacionamento entre Maria e o ex-companheiro, tudo parecia ser uma moldura perfeita para a fotografia de uma vida cheia de afeto e alegria, que ganhou mais cores depois do nascimento dos filhos. Mas, aos poucos, ela se deu conta que estava perdendo a liberdade e a autoconfiança por causa do comportamento dele. “Eu, mulher, dona de mim, hoje eu tenho essa certeza, acabei ficando nas mãos dele”, disse.
Comportamento que a deixava insegura e estabelecia dependência financeira. “Eu não podia estar em momento algum com o olho, assim, olhando para cima, porque ele tinha que saber o que estava pensando”, lembra. Não durou muito tempo para que a fiscalização do pensar se transformasse em episódios mais violentos, com insultos e agressões cada vez mais frequentes. “Ele tentou e me afastou da família. Amigos eu não tinha mais. Eu não tinha vida social, porque eu tinha medo, eu tinha vergonha”.
A história que Maria compartilha também é vivenciada por muitas mulheres cis e trans no Brasil, é o que afirma Danielle Mendonça, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza, que atua a fim de proteger as mulheres vítimas da violência, responsabilizando criminalmente o agressor. “Nós vivemos em uma sociedade patriarcal, extremamente machista, na qual a mulher é julgada por seus comportamentos, e na qual existem estereótipos de gênero que elas devem atender, e caso essa mulher não corresponda a esse padrão de comportamento, os agressores acreditam que têm o direito de puni-la. E daí nasce a violência de gênero”, explica.
Os tipos de violência de gênero podem ser: doméstica (física, psicológica, moral, sexual e patrimonial); assédio moral; assédio sexual; negligência; violência institucional; pornografia virtual; entre outras formas de violência.
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