Trabalhadores da cultura do Ceará criaram um abaixo-assinado solicitando ações emergenciais e imediatas para conter consequências econômicas do novo coronavírus (Covid-19). A carta também foi enviada aos secretários da Cultura estadual e municipal, Fabiano Piúba (Secult) e Gilvan Paiva (Secultfor).
O setor é fortemente atingido com as medidas de isolamento social. Em conjunto com o Fórum de Produtores Culturais do Estado do Ceará, o grupo autointitulado Gabinete de Crise da Cultura/#TodosPelaCulturaCE sugere, ao todo, 16 propostas. Veja o texto completo e assine o abaixo-assinado aqui.
A primeira proposta é a realização imediata de um festival online com programação diária, das 17h às 22 horas, o Bora Ficar em Casa. Outra medida é manter a programação agendada para os próximos meses em todos os equipamentos culturais do Estado e do Município, com pagamento dos cachês e transmissão pela internet.
O Gabinete de Crise da Cultura também sugere o pagamento imediato de todos os compromissos financeiros em atraso por parte das Secretarias da Cultura do Município de Fortaleza e do Estado do Ceará, incluindo editais, cachês e contratos de serviço.
O músico e produtor cultural afirma que é fundamental que gestores tomem uma atitude para diminuir os impactos econômicos negativos da disseminação do novo coronavírus.
“Todos os artistas dependem de público, de bilheteria. Então, como trabalhar se não podemos sair de casa e juntar pessoas? Se eu não exercer minhas funções, não consigo comprar comida”, diz. “Tem companheiro de classe que está desesperado porque amanhã já não vai conseguir comprar água e não vai conseguir comer”.
“No nosso País, a cultura é tão desprezada quanto necessária”, pondera. Ele destaca que a indústria cultural abarca diversos profissionais que vivem disso. “Só no ramo de produção tem um leque absurdo de gente: roadie, técnico de som e de luz. É uma cadeia produtiva gigantesca que está desamparada”.
O que diz a Secultfor
Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor) se coloca à disposição para debater possibilidades de articulação e informações aos trabalhadores da Cultura e informa que todos os procedimentos para pagamento de eventos que já aconteceram estão mantidos.
“Necessário dizer que para pagamentos pendentes basta que seja apresentada a documentação em conformidade com contratos de prestação de serviço. As atividades administrativas da própria pasta e dos equipamentos estão mantidas”, diz o texto.
Sobre manter atividades programadas para os próximos meses, a pasta defende que “o momento requer compreensão e consciência coletiva e que suspender as atividades neste momento é uma medida de cuidado com as pessoas e de prevenção da proliferação do coronavírus, mantendo-se à disposição para discutir com a classe artística propostas e estudos acerca dos impactos de suas atividades neste período”.
A Secultfor não cita, no entanto, a carta enviada pelo Gabinete de Crise da Cultura/#TodosPelaCulturaCE. O Blog também contatou a Secult e aguarda retorno.
o Povo
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