PMs rejeitam contraproposta do governo e Justiça decreta preventiva de 43 desertores

Sem acordo com o governo, PMs continuam em greve no Ceará
Policiais militares em greve há 11 dias no Ceará rejeitaram, em assembléia realizada na noite desta quinta-feira (27), a contra proposta que o governo fez para por fim à paralisação. A decisão aconteceu no mesmo momento em que a Justiça decretava a prisão preventiva de 43  PMs por crime de deserção. O entrave entre as partes continua.

Os policiais haviam apresentado ao governo uma pauta com 18 cláusulas, que incluiu a anistia geral a todos os grevistas. O governo rejeitou prontamente a proposta. Os representantes do Palácio da Abolição também não acataram novos pedidos de modificação no pacote do reajuste salarial já enviado à Assembleia Legislativa através de uma mensagem de lei. Diante da rejeição do governo, os PMs mantêm a paralisação.

Também na noite passada, a Justiça decretou a prisão preventiva de 43 policiais e bombeiros militares que haviam sido detidos em flagrante no último fim de semana por terem  faltado ao embarque das tropas para a “Operação Carnaval 2020” no Interior.

O juiz de Direito Roberto Soares Bulcão Coutinho, da 17ª Vara Criminal  da Comarca de Fortaleza, Vara de Audiências de Custódia, converteu em preventiva a prisão em flagrante dos militares, alegando que, “a conduta dos investigados, criando uma gama de deserções, revelando grave comprometimento dos primados da hierarquia e disciplina militares”.

O magistrado foi mais além, alegando que: “vislumbra-se, outrossim, que a liberdade dos representados (PMs) indica séria ameaça à ordem pública e à paz social pelo possível cometimento dos crimes apontados e outros crimes graves.”

A decretação da prisão preventiva foi requisitada pelo Ministério Público Estadual, que alegou a necessidade da  homologação do flagrante  e por sua conversão em prisão preventiva, “para a garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal”.

Veja a reivindicação dos PMs grevistas e a contraproposta do governo:

Reivindicação dos policiais militares

1.Anistia Administrativa e Criminal dos policiais;
2.Reajuste salarial com aplicação da inflação dos anos 2021 e 2022;
3.Equiparação do auxílio alimentação dos militares aos valores dos demais servidores do estado;
4.Regulamentação das escalas de serviço: 12×24 (12 horas de trabalho para 24 horas de folga) e 12×72;
5.Reajuste do pró-labore do BSP, valores equivalentes a 30% dos valores salarias percebidos da respectiva graduação e/ou postos da ativa;
6. Auxílio saúde ou recriação do Hospital da Polícia Militar;
7. Fim da idade limite para concorrer ao CFO por militares estaduais;
8. Reajuste das diárias de pousada e alimentação;
9. Plano habitacional destinado a militares;
10. Isenção de ICMS para aquisição de armas e munições pelos militares estaduais;
 11. Auxílio uniforme;
12.Auxílio de risco de vida;
13.Auxílio insalubridade;
14.Adicional noturno;
15.Revisão de pontos da Lei de Promoções;
16.Isenção de condutores de viaturas policiais e por danos causados em acidentes;
17.Equiparar as viúvas e pensionistas com benefícios dos anos de 2004 a 2011;
18.Exclusão da proibição da consignação das associações de policiais militares.
Contraproposta do governo
1 – Não tem anistia, somente uma revisão dos processos já abertos para minimizar os excessos e abusos, para se aplicada a justa medida e não será mais aberto novos procedimentos.
2 – Nenhuma proposta  salarial além da já apresentada
3 – Redução do ICMS para aquisição de arma de fogo
 4 – Plano habitacional para a categoria
5 – Criação de uma ala do Hospital da Polícia Militar (HPM) exclusiva para os profissionais de segurança


CN7 

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