Ceará registra 2.257 assassinatos em 2019; 50% a menos do que no ano anterior

Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,2 milhão de pessoas perderam a vida por homicídios dolosos no Brasil entre 1991 e 2017.
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,2 milhão de pessoas perderam a vida por homicídios dolosos no Brasil entre 1991 e 2017. (Foto: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil)

Em 2019, houve uma redução de 50% nos índices dos chamados Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Na categoria, estão inseridos homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Em 2018, foram 4.518 casos, número que caiu para 2.257 em 2019. Em um ano, foram 2.261 mortes a menos.

Até então, o melhor balanço havia sido registrado em 2009, quando ocorreram 2.262 CVLis.
A taxa por 100 mil habitantes também é a menor em dez anos. Em 2019, esse valor foi de 24,7 por 100 mil habitantes. Em 2018, esse número era de 49,8 por 100 mil habitantes. O indicador também caiu pela metade em um ano.


Outro número divulgado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) em entrevista coletiva na manhã desta terça, 7, foi o índice de resolutividade dos inquéritos policiais. Eles investigam mortes provocadas por crimes violentos.

Em 2019, a porcentagem foi de 39,7% - superior à taxa de 2018
, quando 27,2% dos crimes foram elucidados. A média nacional desse índice se aproxima dos 9%. O número faz o Ceará ter um dos maiores índices de elucidação de homicídios do Brasil.

André Costa, titular da SSPDS, ressaltou que o aumento do índice aconteceu devido a um acréscimo de 50% do efetivo da Polícia Civil. Ele ainda lembrou do maior número de delegacias do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que passou de cinco para 12, e a criação de núcleos de investigação de homicídios no Interior, em cidades como Sobral, Maracanaú, Itapipoca e Juazeiro do Norte.

“A gente tenta cada vez mais tratar a segurança pública de forma científica, deixando de lado os achismos. É preciso analisar e entender os dados para manter as ações que têm contribuído para a redução e realinhar aquelas que não estão trazendo os resultados que a gente deseja”, pontuou o secretário.


O 12° mês de 2019 registrou uma redução de 37,5% de crimes violentos, com 205 casos - no ano anterior foram 328 no mês de dezembro.

Interior Norte e Região Metropolitana foram as regiões com as maiores retrações. A primeira apresentou 46,7% a menos, passando de 60 crimes para 32. Já a segunda, com taxa de redução de 45,6%, teve uma queda de 114 mortes para 62.

Na Capital, a retração foi de 42,1%, indo de 95 para 55. No Interior Sul, a queda foi de 5,1%, diminuindo de 59 para 56.

Presente na coletiva, Aloísio Lira, representante da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública do Estado do Ceará (Supesp) comentou como técnicas científicas têm colaborado com a área de Segurança Pública. Segundo Aloísio, esse resultado vem sendo construído desde 2017, com a adoção de uma política de ciências policiais.

Ou seja, a decisão de trazer a Academia para o lado da Segurança tem impactado de forma definitiva a forma como os crimes estão sendo lidos no Ceará, conforme Lira. "Junto com a SSPDS, observar quais os problemas do dia a dia e, a partir disso, traçar diagnósticos e tomar decisões pautadas em dados. Hoje, temos uma gestão voltadas a dados. Não é uma novidade no mundo, mas no Brasil é uma coisa inovadora. Isso faz com que a gente tenha uma gestão muito mais precisa", explicou.


o povo 

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