Conheça como é feita a produção de velas para a Romaria de Finados em Juazeiro


Velas são um dos produtos mais procurados pelos romeiros e devotos em época de romarias. A religiosidade do povo caririense, em sua crescente demanda por produtos que traduzem essa manifestação, também são forte condição para que as peças de parafina tenham grande procura na região.


 


O Badalo visitou uma fábrica de velas em Juazeiro do Norte, para mostrar como é feito o processo de produção e curiosidades sobre o objeto milenar.

Mas antes nos perguntamos: para que serve uma vela? Bem, esse objeto existe há tanto tempo, ao menos desde os tempos egípcios e sobreviveu e até hoje. Ou seja, uma vela tem 1001 funções e utilidades, podendo ser usada, ou para decoração, expressão religiosa ou para fins de falta de eletricidade, por exemplo. Sempre é bom ter uma guardada na gaveta do armário, e seu uso deve ser feito com bastante cuidado para evitar acidentes.

Antes mesmo de surgir a eletricidade, a vela era o nosso sinônimo de luz. Era uma tradição de antigamente deixar alguns lampiões espalhados pela casa, principalmente nos tempos de chuva. As igrejas eram sumariamente iluminadas, principalmente nos púlpitos e altares, com grandes e longas velas, que duravam horas. Então, como elas são fabricadas?

Visitamos a fábrica da indústria Velas Brasil, genuinamente do Cariri. Quem nos recebe é a empresária Thais Mesquita, que administra os negócios da empresa familiar. Segundo ela, a fábrica é um negócio de família surgido através de seu pai, Francisco Iragliton de Amorim, que após se aposentar como servidor do Banco do Brasil, resolveu criar a fábrica e atender a demanda pelo produto na região. Hoje a indústria possui 15 anos de atuação no mercado.
 “Velas são um produto bem propício na nossa região e vimos que nosso produto é bem procurado pelos romeiros. O turismo religioso é muito forte então temos eles [os romeiros] como um dos motes para sempre estarmos produzindo velas”, conta a empresária.
Na fábrica, são produzidas velas comuns, embaladas em saquinhos ou caixas; as conhecidas velas de sete dias, com estampas de vários santos, com destaque para as de Padre Cícero e Jesus Misericordioso; Velas decorativas e funerárias de todos os tipos e cores.
Thais explica também como é feito o processo de produção, o que segundo ela é um processo super simples e manual, com uso de máquinas apenas para funções bem específicas.
A empresária ressalta também que o produto não é só procurado pelo público católico, mas também por praticantes de diversas outras religiões, como a Umbanda. Segundo ela, este público também é contemplado na produção das velas, e que procuram sumariamente pelas velas coloridas.

Produtividade

Inevitavelmente, devido as romarias (principalmente a de Finados), a produção de velas aumenta bastante, o que torna sazonal este fluxo. Segundo dados da empresa, nesta época do ano a produção chega a crescer algo em torno de 150% em comparação com as demais épocas do ano.
 “A vela é um produto de venda sazonal. Temos um crescimento de vendas bem maior nas romarias, claro, mas é bastante sazonal. O mês que mais vendemos é entre setembro e outubro, em decorrência de anteceder a Romaria de Finados. Este ano nossa produção chegou a quase três vezes mais do que a produção normal durante o ano. Nenhum outro período se compara com esse”, afirma Thais.
Isso leva a empresária a contratar mais pessoal para dar conta de demanda, assim como ampliar turnos para que a produtividade supra a demanda. Segundo ela, há contratação de profissionais temporários pelo menos duas vezes ao anos. Para a produção deste ano, houve a admissão de quatro funcionários para atuarem nesta época na fábrica.
As velas produzidas atende toda a demanda do Crajubar, demais cidades do Ceará e regiões circunvizinhas, como alguns municípios do Pernambuco, Paraíba e Piauí. Isto abrange, segundo Thais, um raio e cerca de 300 a 400 quilômetros da sede da indústria

Curiosidade

Uma curiosidade que ela nos conta é que, há alguns anos, quando a demanda era menor, muitos romeiros vinham a fábrica para encomendar velas personalizadas. Alguma destas pessoas, segundo Thais, vinham em busca de um produto para poder pagar suas promessas na região.
Os casos inusitados vinham por conta da encomenda de velas gigantes, onde algumas pessoas queriam que a vela tivesse exatamente a mesma estatura da pessoa. As velas tinham que ser feitas em moldes artesanais, e alguns romeiros e devotos queriam esse tipo de produto “extra grande” para cumprir sua promessa.


Badalo 

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