
foto Cariri ce
A arte entrou muito cedo na vida do garoto de origem humilde, filho de agricultores. Desde criança desenvolveu grande habilidade no manuseio de lápis, papel, tintas, pincéis, desenhos, pinturas e esculturas em argila.
A criatividade e o talento foi crescendo, e foi sua mãe, Dona Josefa, a primeira pessoa a se dar conta que tinha um artista em casa. Ela, então, passou a incentivar o filho, e a alimentar na mente de Pedro que o que ele produzia tinha um significado especial e com relevante valor econômico, motivando-o a valorizar comercialmente aqueles trabalhos tão bem executados.
Já adolescente, Pedro Pereira decidiu ir para São Paulo. Chegando lá, trabalhou em diversos ofícios, mas sempre fazendo arte, onde quer que estivesse, fosse no colégio, nas rodas de amigos, no trabalho.
Encomendas
O talento evidente foi despertando a atenção de todos. Convidado para ministrar aulas em ateliês de pintura, seu trabalho passou a ser ainda mais conhecido. Pequenas encomendas foram surgindo, como pintura de quadros, escultura de bustos de personalidades e pessoas comuns e, assim, logo a arte passou a ser o ofício diário do jovem oriundo do Sertão dos Inhamuns.
Pedro chegou a dar aulas em treze ateliês diferentes, ocupando os turnos manhã, tarde e noite. Foi convidado a participar diversas vezes do programa da Ana Maria Braga, quando a apresentadora ainda fazia parte da rede Record, e concedeu entrevistas para outros programas de TV e outros veículos de comunicação de São Paulo e do Estado do Paraná.
Pedro não só mostrou talento para reproduzir peças, mas também para criações exclusivas, como a imagem de Cristo Ressuscitado, sua obra comercialmente mais vendida e espalhada para todo o país e exterior. As peças do artista são produzidas em fibra de vidro, material leve que unido à pintura especial e capacidade criadora, apresenta um resultado e acabamento perfeito e beleza incondicional.
A arte sacra hoje é o foco da produção do artista, e foi uma tendência natural do mercado.
"As pessoas às vezes pensam que eu sou o Pedro Santeiro. Eu sou um artista plástico o que vier para mim fazer eu faço. Eu já fiz bustos de personalidades políticas, artísticas, mitológicas, entre outros.
A arte sacra pegou para valer a partir da parceria com um grupo religioso paulista, quando, tomando conhecimento do meu trabalho, eles me encomendaram algumas peças, eles gostaram e de lá pra cá, não parei mais de produzir. Eles não são apenas uma congregação religiosa, são também uma empresa forte na área de artes sacras, que se espalhou por diversas capitais brasileiras, especialmente nas regiões sudeste e sul, com lojas em toda a Europa e outros países do mundo inteiro.
Retorno
Há dois anos ele decidiu ficar em definitivo em Saboeiro. Comprou um terreno parcialmente construído, próximo à cidade, e vem aos poucos ampliando a sua fábrica. Foi surgindo encomendas também da região, e assim, embora a maior parte do que é produzido vá para a congregação parceira em São Paulo, boa parte é produzida para os municípios do Estado e regiões vizinhas.
"O que me deixa satisfeito é estar fortalecendo o nome do meu município, e estar contribuindo para o sustento de 27 famílias. Já tive mais funcionários, mas decidi reduzir e criar um programa de treinamento individual, para manter a qualidade das peças", afirmou
A produção da fábrica hoje é em média 300 peças por mês. A mais fabricada é o Cristo Ressuscitado, que o artista criou há 15 anos, e desde então, é sucesso em todos os lugares onde é comercializado, em diferentes tamanhos. O Cristo com altura de 1,5 metros, é vendida para o seu principal distribuidor pelo valor de R$ 700,00.
Na fábrica, a peça individualmente sai por R$ R$1.100,00.
Pelo Jornalista Amaury Alencar
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