Bolsonaro volta a criticar lucro da Petrobras e pede fim de reajustes.

 



O presidente Jair Bolsonaro durante visita à 23ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul

O presidente Jair Bolsonaro durante visita à 23ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul

REPRODUÇÃO

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar os recentes lucros registrados pela Petrobras e pediu que a empresa não conceda novos reajustes nos valores dos combustíveis. Segundo o chefe do Executivo, o Brasil pode não aguentar uma nova alta de preços. Durante visita à 23ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, ele pediu sensibilidade por parte da Petrobras, mas lamentou que alguns "nichos" espalhados pelo país estejam interessados apenas nos resultados da companhia.

"Esta semana, vocês estão conhecendo um pouco mais do que é a Petrobras aqui no Brasil. Temos nichos ainda, em nosso governo, espalhados por todo o Brasil, que não entenderam que todos nós estamos no mesmo barco. Eles sabem que o Brasil não aguenta mais um reajuste de combustível em uma empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do nosso povo brasileiro", queixou-se o presidente neste sábado (7).

Na última quinta-feira (5), Bolsonaro fez duras declarações contra a Petrobras, afirmando que o lucro obtido pela empresa no primeiro trimestre de 2022 foi "um estupro" e "um absurdo". Entre janeiro e março deste ano, a petroleira apresentou um lucro líquido de R$ 44,5 bilhões, alta de 3.718% em relação ao mesmo intervalo de 2021, quando os ganhos foram de R$ 1,1 bilhão.

Posto de combustíveis em Brasília

Posto de combustíveis em Brasília

FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO – 4.4.2022

O presidente disse não entender como a Petrobras, mesmo conseguindo esse desempenho, segue aumentando os preços dos combustíveis. De acordo com ele, considerando a atual margem de lucro, a empresa teria capacidade de aguentar um longo período sem promover novos reajustes.

Política da empresa é criticada por Bolsonaro

Para definir o preço dos combustíveis, a Petrobras segue a chamada PPI (política de paridade internacional), estratégia que faz com que o preço da gasolina, do etanol e do óleo diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional, bem como a do dólar.

A política de preços da Petrobras é constantemente criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, que já declarou publicamente que gostaria de uma revisão desse mecanismo. 

Desde o ano passado, a Petrobras fez 17 reajustes no preço da gasolina e 13 no preço do diesel por causa da PPI. Durante esse período, a gasolina ficou mais cara 12 vezes, e o diesel, dez. As altas mais recentes foram anunciadas em março, quando a estatal aumentou o preço da gasolina em 18% e o do diesel em 25%.

Em 2021, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina comum subiu 44,3% e o do diesel, 44,6% nos postos de combustíveis do país.

Atualmente, de acordo com a ANP, o preço médio do litro da gasolina comum se mantém acima de R$ 7 em 20 capitais brasileiras. Segundo a agência, o valor atingiu o maior patamar das últimas quatro semanas: R$ 7,29

                                        R7

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