Mauriti Estima Queda De 30% Em Safra Do Caju.

 


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A irregularidade na quadra chuvosa em Mauriti, que registrou metade da média histórica de precipitações, é apontada como a principal responsável pela queda estimada na safra de caju deste ano. O município caririense, que se destaca na cajucultura, registrou média chuvosa de 400 mm. A previsão, então, é que a safra tenha queda de 30%, quando comparada ao ano passado. Em todo Ceará, a estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima que a queda na safra de caju seja em torno de 11% em relação a 2020.


 O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Mauriti, Paulo Gomes, cita que a área do município cultivada ultrapassa 1.000 hectares. “Destes, estima-se que 600 hectares já são pomares formados e encontram-se em plena produção”, comenta. Em Mauriti, o principal produto da cajucultura é a amêndoa. Nos últimos anos, também foi registrado crescimento no interesse do mercado também pelo pedúnculo, que é destinado a fábricas de polpas, sucos, doces e mel de caju. Conforme apresenta Paulo, levantamentos da Secretaria apontam que, no ano de 2020, 160 mil kg de amêndoas foram colhidos no município de Mauriti. Do total, em torno de 100 toneladas foram processadas no próprio município e 60 toneladas foram destinadas para capitais do Nordeste. 

O secretário explica que, da produção de amêndoa, um percentual médio de 20% é destinado ao mercado local, que garante a oferta de castanha “torrada” ao longo do ano; 30% da produção são destinados ao mercado regional do Nordeste; e 50% da produção são processados e comercializados nas diversas capitais do país e locais como Estados Unidos e alguns países da Europa. Já o comércio de pedúnculo é realizado exclusivamente nas capitais e grandes cidades do nordeste. “Diretamente, a cajucultura injeta na economia do município um valor aproximado de R$1 milhão ao ano, caracterizando-se pela geração de ocupação e renda no segundo semestre, período seco e que apresenta maior fragilidade na composição da renda da população.

 A cultura tem uma grande importância social”, enfatiza Paulo Gomes, que conta que nos últimos anos, com o advento das cultivares da Embrapa, houve um grande incremento na produção e na área plantada, que aumenta em torno de 100 hectares a cada ano. Ele conta que, nos últimos anos, a Secretaria, em parceria com a Ematerce e a Prefeitura Municipal, tem fomentado o crescimento do cultivo do caju através de um programa de distribuição de mudas e assistência técnica. “A ONG Amigos do Bem também tem incrementado a cadeia da cajucultura através da distribuição de mudas e garantia de compra da produção. O grande desafio do poder público nos próximos anos é organizar os produtores e a produção, através de todos os elos da cadeia e da organização cooperativa”, conclui.


                                 Jornal do Cariri 

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