Líder do Podemos adverte senador cearense sobre o “carimbo” de bolsonarista

 





















Jornal O Estado de S. Paulo registra a declaração do senador Alvaro Dias (Podemos/PR). Foto: Roque de Sá/Agência Senado.













senador Alvaro Dias, líder do Podemos, encontrou o senador cearense do seu mesmo partido, Eduardo Girão, registra o jornal O Estado de S. Paulo em sua edição de hoje (03), e o advertiu sobre a necessidade de tirar de si o “carimbo” de bolsonarista, o que não interessa à agremiação. Girão tem dito sempre que é independente, embora boa parte das suas ações esteja em consonância com  a prática política do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a informação do jornal paulista, o líder do “Podemos no Senado, Alvaro Dias (PR) se encontrou recentemente nos corredores da Casa com o colega de partido Eduardo Girão (CE) e fez um alerta“Você precisa tirar esse carimbo de governista que lhe deram”. Embora seja de uma sigla que faz oposição ao presidente Jair Bolsonaro, Girão é visto pelos pares como integrante da “tropa de choque” governista na CPI da Covid no Senado”.

Até por conta de pretensões futuras na política cearense, o senador Girão tem mesmo que estar mais próximo de Bolsonaro, pois adversário e aliado a políticos inimigos dos governantes do Ceará, não lhe resta outro abrigo senão o de Bolsonaro, para quem fez campanha no segundo turno da eleição de 2018, após ter sido eleito filiado ao PROS no palanque do PSDB, seu aliado no primeiro turno da disputa no Ceará.

senador Tasso Jereissati, principal liderança do PSDB local, condicionou a aliança com o PROS, naquela disputa, a não se falar em Bolsonaro no palanque dos tucanos General Theophilo, candidato a governador, e da médica Mayra. Esta, como Girão, candidata ao Senado. Todos foram obedientes, mas os três assumiram a candidatura do atual presidente no segundo turno. E por isso os tucanos Theophilo e Mayra foram recompensados com cargos no Governo Federal. Ele, no Ministério da Justiça, e ela, no Ministério da Saúde.

Sem assumir o radicalismo de direita, representado por Bolsonaro, é muito difícil para qualquer político que quer manter uma imagem de liberal ou de não radical, aceitar ser carimbado como bolsonarista, embora, como no caso de Girão, todos que não se acostam ao PT, seja por qualquer das razões que possam apontar, ou têm divergências nos seus respectivos estados com opositores de Bolsonaro, como é o caso de Girão no Ceará, têm de ficar com o presidente, quer queiram ou não um dos três principais eleitores de 2022, portanto com capacidade de alavancar as candidaturas majoritárias que defender.

Ademais, o eleitor brasileiro não conhece político regional independente. Girão reconhece que tem o “rótulo” de governista, mas diz que seus votos no Senado mostram que ele tem independência. O jornal O Estado de S. Paulo mostra o seu alinhamento ao Governo Bolsonaro. “O senador cearense defendeu que a CPI se estendesse aos governadores e prefeitos, assinou o mandado de segurança pela retirada de Renan Calheiros (MDB) da relatoria da comissão e é favorável ao uso da cloroquina no tratamento da covid, “em nome da autonomia médica”. São pautas que atendem aos interesses do presidente Jair Bolsonaro“.

No próximo ano, no Ceará, candidatos a governador só tornar-se-ão competitivos se estiverem ligados diretamente a um dos também competitivos presidenciáveis. Assim, Girão não terá outra alternativa fora do grupo de Bolsonaro, portanto, já chegou o momento de acabar com o discurso de independência, assumindo de vez o seu padrinho político no pleito de 2022, se de fato tiver pretensão de disputar o cargo de governador do Ceará.

                                                        ( Jornalista Edson Silva) 

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