Pesquisadores descobrem nova espécie de planta fóssil de 120 milhões de anos, encontrada na Bacia do Araripe

                     


Pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (URCA), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Portugal e do Intituto Senckenberg - Alemanha publicam nova espécie de planta fóssil - Brachyphyllum sattlerae - e homenageiam a Dra. Ellie Sattler, personagem fictício do Filme Jurassic Park, representado pela atriz Laura Dern, que contribuiu para a popularização do papel e importância da paleobotânica (estudo das plantas fósseis) e da participação feminina na ciência.

A nova espécie foi encontrada na Bacia do Araripe e possui aproximadamente 120 milhões de anos. O Holótipo pertence à coleção paleontológica do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, localizado na cidade de Santana do Cariri.

Apesar dos avanços e das conquistas femininas no meio científico, ainda notamos uma certa discrepância quando se trata da participação nas posições mais altas da carreira. Por exemplo, dos 562 membros titulares da Academia Brasileira de Ciências, menos de 17% são mulheres.

Em relação à área de atuação da personagem (Dra. Ellie Sattler), o intuito foi evidenciar a peleobotânica. É notório que os veículos de comunicação, o público em geral e o próprio meio científico da paleontologia estão mais direcionados à paleozoologia, mais especificamente aos dinossauros e pterossauros. Segundo os cientistas, é possível visualizar um número muito reduzido de pesquisadores brasileiros que estudam as plantas fósseis.

No entanto, esses organismos foram e são essenciais para o conhecimento de climas pretéritos e reconstrução das condições ambientais passadas, além de permitir entender as mudanças e evolução da própria vegetação. A nova espécie, por exemplo, é um membro da família Araucariaceae, da qual faz parte o Pinheiro do Paraná, hoje restrito às regiões sul e sudeste. Isso evidencia que a região do Cariri era ocupada por uma vegetação bem diferente da atual.

O artigo é resultado da pesquisa de doutorado da professora Edenilce Peixoto (primeira autora do trabalho), que teve como orientadora a Profa. Iracema Loiola, no Programa de Pós-graduação em Ecologia e Recursos naturais-PPGERN da UFC.

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