Covid afeta carteiros e prejudica serviço dos Correios em Sobral

Com efetivo de 63 agentes, sendo 47 carteiros, nove atendentes comerciais, seis operadores de triagem e transbordo e mais um empregado sem especificação definida, as unidades dos Correios em Sobral não estão dando conta do serviço. Motivo: muitos dos carteiros foram infectados pelo novo coronavírus.

A população de Sobral sofre com o atraso de encomendas e cartas. O serviço realizado pelos Correio, que nunca foi um modelo de excelência, piorou com a chegada do vírus chinês que se alastrou na cidade. Em constante exposição, a profissão de carteiro virou de alto risco durante a pandemia.

Em resposta ao SobralPost, os Correios informaram que “estão acompanhando a situação de saúde dos seus empregados, prestando o apoio necessário e, também, atuando para garantir o bom funcionamento das atividades operacionais”. Parece que não conseguiram nem uma coisa nem outra.

Leandro Carvalho, nome fictício, fez uma compra pela internet. A encomenda veio de Honk Kong. A mercadoria fez viagem internacional, chegou ao Brasil via Curitiba, foi fiscalizada na alfândega, passou por São Paulo e Fortaleza até chegar a Sobral. Levou menos tempo para fazer todo esse trajeto do que percorrer dois quarteirões – distância entre a unidade dos Correios e o endereço do destino final.

Passados 20 dias da chegada do objeto a Sobral, sem que recebesse em sua casa, Leandro resolveu ir aos Correios. Foi ao Centro de Distribuição Domicilária (CDD), ao lado do Centro de Convenções, que não está fazendo atendimento ao público, por causa de determinação de decreto estadual. Ele se dirigiu à unidade do Centro. Lá, também não pode retirar a encomenda. Só seria possível no CDD, que estava fechado.

A atendente informou que teria que esperar, pois já estava com os carteiros para entrega. Só depois de duas tentativas infrutíferas no destinatário é que a correspondência seria encaminhada à unidade central. Ao ser indagada sobre uma previsão de entrega, ela informou que estava difícil de dizer, pois havia muitos carteiros adoentados.

Entramos em contato com a assessoria de comunicação dos Correios em Brasília, que repassou a demanda para Fortaleza. Perguntamos sobre a quantidade do efetivo e quantos funcionários estavam infectados, mas o órgão se recusou a informar. Mesmo assim, colhemos os dados quanto ao efetivo no portal da transparência, que dá informação nominal de cada agente.

De Hong Kong a Curitiba, nove dias. No dia seguinte, estava em São Paulo. Com cinco dias, chega a Fortaleza. Há mais de 20 dias, os Correios não conseguem entregar. O órgão se recusou a informar a quantidade de empregados sob licença médica. Deve ser muito grande. Do dia 16 de junho até hoje, 8 de julho, não conseguiram entregar uma encomenda a dois quarteirões de sua unidade. E nem dão condições de o destinatário recolher em suas unidades.

Fonte: Sobral Post / Luciano Clever

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