Ceramistas do Cariri desmentem fake news sobre suposto excesso de preço


Produtores e revendedores de cerâmica da região do Cariri rebateram acusações, veiculadas em formato de fake news nas redes sociais, sobre suposto aumento excessivo no preço de tijolos durante o período de pandemia da covid-19. O assunto chegou a ser levado à discussão no legislativo de Juazeiro do Norte na sessão da última terça-feira (07), quando o vereador Claudionor Mota (PMN) apresentou requerimento pedindo ação dos órgãos fiscalizadores para coibir a possível prática abusiva. “Antes da pandemia o milheiro de tijolos custava R$ 350 e agora passou pra R$ 580, sem nenhuma explicação”, afirmou o parlamentar, acusando os ceramistas de estarem “se aproveitando” da crise econômica causada pela pandemia.
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Após a repercussão da denúncia, a reportagem visitou ao menos três fábricas de cerâmica na manhã desta quinta-feira (09), em Crato, principal polo ceramista da região, para realizar um levantamento de preços dos tijolos. Nos três estabelecimentos, o valor máximo do milheiro chega a R$ 450,00 incluindo a entrega do material no canteiro de obras. Se a compra for realizada na própria fábrica, o preço cai para R$ 400,00.
Em entrevista à nossa reportagem, os ceramistas admitiram que recentemente houve um pequeno reajuste no preço médio do milheiro de tijolos em virtude de dificuldades logísticas ocasionadas pela estação invernosa que perdurou por meados de Abril e Maio, mas o aumento, segundo contam, está muito abaixo do valor relatado pelo vereador durante a sessão legislativa. “O preço era 300 reais na retirada (empresa) e 350 reais na construção do cliente. A dificuldade de lenha de janeiro a abril no período de inverno, como também a extração mineral, aumentos sucessivos de combustível e insumos, como também a energia. Em todas as empresas a variação hoje do preço é de 400 a 450 reais”, justificaram os empresários.
Os proprietários alertaram que valores acima de R$ 450 não estão de acordo com a prática de mercado da região e devem ser denunciados. “Quem vende acima desse preço (R$450) são os atravessadores. As cerâmicas não podem se responsabilizar por esses abusos. Ao invés de propagar fake news, as pessoas deveriam ter mais responsabilidade e realizar uma pesquisa de preços antes de questionar a idoneidade dos ceramistas da região do Cariri”, contestam os representantes do segmento.
Os empresários também argumentam que as fábricas operam com quadro funcional reduzido em virtude de dezenas de trabalhadores terem sido afastados com suspeita de covid-19. Apesar disso, eles garantem que não há risco de desabastecimento. “Mesmo com a pandemia, a demanda não diminuiu, as obras continuam. Graças a Deus, estamos conseguindo atender todos os pedidos da região”, finalizam.

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