Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo se unem em busca do fim da greve na PM


 


Uma força tarefa está montada para aprofundar as articulações em busca do fim da paralisação das atividades de policiais militares que afeta o cotidiano da população cearense desde a noite de terça-feira (18) da semana passada. O Governador Camilo Santana (PT), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (PDT), e a vice-presidente, no exercício do cargo de presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Maria Nailde Pinheiro, comunicaram, na noite dessa terça-feira (25), em uma nota conjunta, a mobilização dos três Poderes para encontrar uma saída para o impasse na área de segurança pública.

Com a greve na Polícia Militar, a segurança na Grande Fortaleza e nas maiores cidades do Interior está sendo feita pelas Forças Armadas, com 2.500 integrantes, e pela Força Nacional de Segurança, com 300 policiais. As Forças Armadas ficarão no Ceará até essa sexta-feira, de acordo com autorização do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Se não houver avanço nas negociações para o fim da greve, o governador Camilo Santana solicitará a ampliação do prazo de permanência das Forças Armadas. A partir da criação da força tarefa, sugerida pelo Ministério Público Estadual, entre Executivo, Legislativo e Judiciário, com a participação de representantes do Exército, esta quinta-feira será de muitas reuniões e articulações. O desafio é encontrar um caminho para a paralisação ser suspensa.


REAJUSTE SALARIAL

Os policiais decidiram entrar em greve após o Governo do Estado enviar à Assembleia Legislativa mensagem com a proposta de reajuste salarial da Corporação. Os índices de recomposição dos salários só foram definidos após o aval das associações que representam os militares. Uma dissidência no movimento provocou, porém, manifestações contrárias à mensagem do Executivo e levou policiais a suspenderem as atividades.

A mensagem que trata da reestruturação salarial se encontra na Assembleia Legislativa. A greve fez os deputados estaduais adiaram a votação da proposta de reajuste salarial. Com a greve, o Governo do Estado decidiu cumprir a Constituição e abriu processos administrativos contra 250 policiais militares por indisciplina.

Os policiais que lideraram o movimento grevista, que se envolveram em atos de vandalismo – secando e cortando pneus de viaturas, ou não compareceram ao ato de convocação para a Operação Carnaval, foram excluídos da folha salarial de fevereiro e passam a responder a inquérito disciplinar. Entre os policiais que receberão sanção, estão 61 que não apareceram para trabalhar e foram considerados desertores.

ESFORÇO CONJUNTO

A força tarefa entre o Governo do Estado, Assembleia Legislativa e Judiciário terá uma comissão especial integrada por representantes dos três Poderes e do Ministério Público Estadual para negociar com os policiais o fim da paralisação. A maioria dos policiais militares, de acordo com informações dentro do Governo do Estado, quer voltar ao trabalho, mas é impedida de sair às ruas porque as viaturas estão retidas nos quarteis.

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